[por] O presente artigo propõe descrever o histórico da tramitação do processo n. 554/1941, o auto trabalhista mais antigo do acervo histórico do TRT-2 localizado até o momento, levantando questões sobre as potencialidades de uma pesquisa histórica que se volta à análise dos acervos do judiciário. A ênfase está na trajetória da autora do processo: a senhora Vicentina Alves de Freitas, uma mulher que por 40 anos atuou como enfermeira da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e que, após adoecer no início da década de 1930, viuse desamparada diante da legislação trabalhista vigente. Embora aparentemente simples em sua tramitação, o processo de Vicentina possibilitou diversas reflexões sobre o início da Justiça do Trabalho e a legislação incipiente e esparsa; sobre as relações de trabalho naquela época e a precariedade dos direitos dos trabalhadores; e sobre as possibilidades de um documento histórico revelar indícios e traços da trajetória de uma mulher que atravessou a passagem do século XIX ao XX como trabalhadora pobre, que precisou recorrer à recém instalada Justiça do Trabalho para ter seus direitos reconhecidos.[eng] This article aims to describe the history of the processing of labor process No. 554/1941, the oldest labor records belonging to the TRT-2 historical collection, raising questions about the potential of historical research that focuses on the analysis of the judiciary’s collections. The highlight is the trajectory of the author of the case: Mrs. Vicentina Alves de Freitas, a woman who, for 40 years, worked as a nurse at Santa Casa de Misericórdia in São Paulo, and who, after falling ill in the early 1930s, found herself helpless in accordance with current labor legislation. Although apparently simple in its processing, the Vicentina process enabled several reflections on: the beginning of the Labor Court and the incipient and sparse legislation; the labor relations of the time and the precariousness of workers rights, and the possibilities of a historical document revealing signs and traces of the trajectory of a woman, who crossed the 19th and 20th centuries as a poor worker, who had to resort to work justice so that their rights are recognized.